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  • Foto do escritorA coruja

por um projeto nacional de desenvolvimento


A bandeira brasileira. Na conjuntura atual, o lema não passa de um desvario.

As eleições presidenciais de 2018 já estão batendo na porta. A maioria dos partidos já delineou seus pré-candidatos e as pesquisas de intenção de voto já oferecem um provável cenário de resultados – mesmo que empiricamente não ofereçam tanta segurança.


O fato é que estamos desanimados com a política. Uma pesquisa do Fórum Econômico Mundial revelou que nós, brasileiros, somos quem menos confia em sua classe política. Num universo de 137 países analisados, ficamos em último lugar. Além disso, a Transparência Internacional mostrou que o Brasil caiu 17 posições no ranking internacional de percepção da corrupção, atingindo a pior marca dos últimos cinco anos. Em 2016 estávamos em 79º lugar, de 180 – quanto pior a posição, maior a percepção da corrupção – chegando a 96º em 2017. Acabamos por comer poeira de países como Burkina Faso (74º) e Arábia Saudita (57º).


Isso mostra que de fato há algo errado com os políticos e com a política que se tem feito no país, mas não podemos simplesmente lavar as mãos como fez Pilatos e nos julgar isentos de culpa. Nós os colocamos lá. Mas sabíamos em quem estávamos votando? Vendemos nosso voto? Votamos aleatoriamente de acordo com o primeiro santinho que achamos na calçada? Apesar de nossa responsabilidade, parte dessa culpa deriva de condicionantes históricas – o sistema tem nos manipulado ao longo dos séculos para saudarmos, com um sorriso amarelo ou desdentado, as elites quando elas passam em suas comitivas. Não bastasse a pouca experiência democrática que temos – de 1988 a 2018 são exatos trinta anos – a educação do nosso povo não é politizada. Em média as pessoas não sabem o que faz um deputado federal, que o diga um senador. São como figuras distantes, instaladas num local suntuoso chamado de Congresso Nacional, e que nada fazem a não ser roubar. O que essa visão tem de estereotipada, ela tem de ingênua.


Mas e 2018? Que trará de bom para nós? Parece que tudo se repete, as mesmas caras, o mesmo blábláblá. As eleições para prefeito em 2016 revelaram dados assombrosos: 32,5% do eleitorado se absteve ou votou nulo ou branco. Nesse contexto, as pesquisas do Datafolha têm dado mais ou menos esse mesmo número para as eleições desse ano. Apatia ou protesto? Veja o Enem 2017: 32% dos inscritos não foram fazer as provas, o que gerou um prejuízo de 152 milhões de reais aos cofres públicos – apatia?


Em última análise, se abster ou votar nulo/branco de nada adiantará. O poder não se compraz com o vácuo. Não ir às urnas é como pendurar as chuteiras estando em plenas condições de jogar. Se nós não escolhermos nosso candidato com sabedoria, os dinossauros continuarão com seus desmandos, e os parasitas continuarão a sugar nosso suor. E que sabedoria é essa? Dá um Google, pô. Tem ideologia? Analisa um partido que se encaixa nela e seleciona o candidato. Depois puxa a vida do cujo dito: tem currículo ou ficha criminal? Tem experiência? Competência? Já administrou pelo menos uma budega? Vai lá e vota. Com todo cuidado e delicadeza, como se estivesse a segurar uma criança de colo.


Precisamos, é verdade, de um projeto nacional de desenvolvimento para o país. O Brasil tem vivido espasmos de consumo, onde o povo tem o poder de compra aumentado, mas depois quebra. Remendo aqui, remendo acolá, não há projeto sério de país. Nessa ausência de liderança, por um rei caído e fraco, e com a referida desmoralização da classe política, surgem os outsiders – apresentador de televisão, juiz –, figuras grotescas que elogiam torturadores e bandidos – "diz-me com quem andas e te direi quem és" –, e a velharia sem sal nem açúcar de sempre. Precisamos entregar a faixa presidencial a quem tem tesão pelo Brasil. A quem tem currículo, intelecto e energia. E que nesses 30 anos da Constituição Cidadã, possamos sair da obscuridade do golpe parlamentar e comemorar a restauração da democracia que nos é tão cara, e que ainda é tão pouco compreendida.


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