Ensinar. Uma arte que se confunde com a própria existência humana, e que é um dos pilares do progresso social, independente da civilização ou do povo que se estude.
Diz-se que a maior parte das escolas atuais é cafona. O alunado moderno, integrado às redes, ou está mais desatento ou então mais exigente, e o reflexo disso é a dispersão quase completa dessa meninada diante dos quadros e das lousas. Ora, o que se pede, a despeito do desinteresse que naturalmente existe, é uma nova abordagem do processo educativo e da exposição do conteúdo. É definitivo: a passividade é maçante. De modo que, ou a Escola se moderniza, ou os jovens continuarão saindo dela tão alheios ao mundo quanto entraram.
Não é objetivo deste texto deixar professores e demais profissionais da Educação a par do que atualmente se considera como elementos essenciais de uma pedagogia ativa e estimulante do aprendizado. Pra isso existem os teóricos e suas teorias e as novas políticas de Estado voltadas para o Ensino Básico. O que se objetiva aqui é: fazer com que se perceba a importância (até óbvia) dos educadores para as Eleições gerais deste ano, e também as do porvir. Se um professor se candidata para a Assembleia Legislativa, pro Governo ou para o Congresso, já é de grande valor. Alguém de boa fé numa das esferas políticas, e que tenha compromisso com a Educação de um País é algo louvável. Mas quase não há professores no Poder, e talvez poucos deles interessados em candidatar-se a um cargo político. Bom, mas e neste caso, onde se identifica sua importância para o Pleito deste ano? É justamente no seu ambiente de trabalho: a sala de aula.
O educador não deve abrir mão do debate político em sala de aula. Ora, se é verdade que os jovens são o futuro da Nação, devem eles ao menos decidir sobre o próprio. Nesse sentido, precisam ser bem orientados diante do caos político instaurado no Brasil dos tempos atuais, e os professores cumprem essencial papel nessa orientação. Não é fazendo propaganda partidária, nem desmoralizando A ou B, pois isto é justamente o contrário do que se busca, que é lançar a semente do senso crítico no espírito dos alunos, na discussão sobre os valores democráticos, inclusive falando diretamente de nomes e o que eles representam de bom ou ruim para o País, em nível nacional, estadual e municipal.
O debate político faz parte da Educação moderna. A patrulha ideológica insiste numa tal de “Escola sem Partido”, que visa cercear a liberdade de pensamento dentro do ambiente escolar, ditando o que os professores devem ou não falar. Isso deve ser combatido na medida em que se conservam valores essenciais que vão nortear a escolha do governante e estimular a conduta cidadã e o voto, ressaltando sua importância. Se a nível municipal os eleitores são bombardeados pela compra de votos, promessa de cargos e pelo coronelismo escancarado, a nível estadual e federal há clara influência das redes sociais no processo eleitoral, pois são elas que aproximam os candidatos de seus eleitores, e tudo o mais que foge à presente reflexão.
Assim, devem os mestres cumprir o papel que a eles foi delegado: educar. Estando eles em contato direto e diário com centenas de jovens, seja na escola pública, seja na escola privada, é na sala de aula que se iniciará o combate aos extremismos e à cegueira ideológica. No contexto das Eleições deste ano, um jovem que brada “Bolsonaro 2018” é justamente um dos alvos dessa orientação tão necessária. Deve-se abrir o jogo, apontar virtudes e defeitos dos que almejam chegar ao Poder e fazer uma análise crítica final dos projetos de Governo. Tudo isso sem indicar um nome definitivo, mas nomes – plausíveis e respeitáveis. Se o jovem aprende a votar desde cedo, mais tarde Governos bem sucedidos serão reflexos de uma geração que soube escolher bem seus representantes.
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