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Foto do escritorA coruja

A mais importante das profissões



Ser professor é exercer o mais nobre dos ofícios: ensinar. De alguma forma, todos nós aprendemos ou ensinamos algo, de forma eventual, ao longo das nossas vidas. Mas a devoção ao ensino, estando dedicado a ele dia e noite, a preocupação com o alunado, e a esperança obstinada de que é a educação vai salvar esse país, disso só o professor é capaz. Existe um componente de vocação na arte de ensinar. É trabalhoso, exige dedicação, e em muitas ocasiões seu trabalho não é valorizado como deveria. Poucos realmente têm essa capacidade e essa resiliência.


Mas essa resiliência não implica na completa solitude do professor enquanto artífice no processo ensino-aprendizagem; não é ele uma figura monástica, detentora do conhecimento e imune aos desequilíbrios impostos por uma sociedade excessivamente consumista, imediatista e desigual. Nos últimos anos, as pesquisas têm dado conta do aumento da violência nas escolas e na precarização das condições e das relações de trabalho. E quem mais sofre é quem está na chamada linha de frente: os professores.


Pesquisa realizada pelo site Nova Escola, que teve a participação de cerca de 5 mil docentes, revelou que 60% deles se queixam de sintomas de ansiedade, estresse e dores de cabeça, e 66% já sofreram com fraqueza, incapacidade ou medo de ir trabalhar. Ainda, 87% dos entrevistados acreditam que os problemas de saúde são decorrentes ou intensificados pela profissão.


Outra pesquisa, realizada pela CNTE em 2017, apontou que 71% de 762 profissionais da educação da rede pública de várias regiões do país foram afastados nos últimos 5 anos após episódios traumáticos no ambiente de trabalho que desencadearam algum problema psicológico ou psiquiátrico.


Além disso, em muitas partes do país os professores ainda são muito pouco valorizados quanto à remuneração, muitos recebendo abaixo do piso nacional e estando sujeitos a regras contratuais que não lhe conferem nenhum direito e os deixam sujeitos a vontades políticas diversas. Isso não é só humilhante para o professor. Isso é ruim para a educação de um país que precisa se afirmar no mundo e sair da estagnação econômica e social em que se encontra.


As eleições de 2020 são uma nova oportunidade que temos para eleger candidatos e candidatas que se comprometam com a educação em seus municípios. Lembre-se de que é de competência municipal fornecer a educação de base: creches (até 3 anos), pré-escolas (educação infantil, 4 e 5 anos), e o ensino fundamental (7 a 14 anos). Portanto, é fundamental que esses pleiteantes aos cargos de prefeito e vereador coloquem em suas intenções, e mais além, em planos de governos, os avanços importantes que a educação do século XXI exige, e que não esqueçam do professor.


Orçamento efetivo, pagamento do piso salarial nacional a todos os professores, melhoria das condições de trabalho e melhor estruturação psicopedagógica nas escolas são apenas alguns dos avanços esperados.




Parabéns, mestres!

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